Wednesday, October 08, 2008

Cuidados de gente em nós.


Cada um tem um cuidado. Cuidado que fragiliza ou cuidado que fortalece. Mas nem todos sabem cuidar de um coração sofrido ou de uma alma rebelde. Parece que falta o amor quando existe muito afastamento, muita solidão, muito amor dolorido.
Têm pessoas que nos cuidam simplesmente por falta de amor por si mesmas. Outras com o melhor amor de si para nós.
Algumas nos tolhem em nosso mais nobre amor. Outras fazem nascer do deserto, uma flor, que apenas pede um cuidado mais diário.
Nenhum amor pode fugir da continuidade, ele sobrevive dela. Amor não cuidado se torna parte enfermiça dentro de nós. É como quando não aprendemos deixar o outro partir, e fica em nós, sem cuidado nenhum. Muitas vezes deixamos o outro em nós ao relento - sem uma nesga de carinho, sem um olhar mais demorado. Apenas damos a gota para que não morra ... e por sabedoria da vida que anseia por um futuro florido, sobrevive-se.
Não deixe seu amor no outro desfalecer. Cuide. Olhe. Acalente. Algumas vezes é preciso falar do que precisamos para que o outro fique em nós. Senão ele vai embora, - não por si mesmo, mas simplesmente porque já não sabem mais do que precisamos ...
Eis a vida ... em suas guerras frias.

Saturday, October 04, 2008

...

Escrevo desta vez sobre o comentário anônimo deixado para mim em relação a minha tristeza.
A tristeza é sempre uma maneira de interpretar a vida, ou tão - somente, uma maneira de interpretar o que eu escrevo sobre ela.
Ninguém é triste antes de ser feliz. São paradoxos que fazem parte da vida. Um lado não sobrevive sem o outro.
A questão é porque minha tristeza te mobilizou tanto se é apenas minha?
Pense nisso ... não há nenhum mal em ser triste. Quando se trata de emoções não pode existir juízo de valor ... apenas se sente.

Thursday, October 02, 2008

Dias!


Tem dias que sou da tristeza. Tem dias que sou da alegria.
Tem dias que não estou comigo. Noutros volto a ser quem sou.
Tem dias que sou inútil, e o que me salva são os significados que já abarquei.
Tem dias que sou ninguém. Que não sinto o mundo. Que estou à margem.
Tem dias que dói o dia todo e nem sei a razão. Noutros o coração parece encantado com o mundo.
Me perco no que não encontro em mim. Me acho no que não sei do mundo.
Vivo no eterno paradoxo de sentir.
Liberto em mim o que já não posso ser por ora.
Permito-me ficar no meu mundo bom quando não quero auscultar o que já existe de concreto.
Sou assim.
Volto assim.
Mas vivo inacabada ...