Sunday, June 29, 2008

Estações.


Tempo de estações. De estacionar.
Tempo de perdição. De desencontro. De vácuos latentes.
Tempo de repetição. De erros óbvios, mas persistentes.
Tempo de olhar. Não se pode apenas ver. Luz demais cega.
Tempo de escutar. Não quero mais ouvir, escutar vai além.
Tempo de calar. Silêncio oculto. Silêncio gritante.
Tempo de desamor. De amor sem alma. Amor que não se adapta.
Tempo de desamparo. De reconhecer-se nas deficiências inscritas no próprio mundo.
Tempo que foi primavera. Com todas as flores.
Tempo que foi verão. Com todo o seu ardor.
Tempo que foi outono. Com seus frutos, mesmo alguns sendo imaturos demais. Caíram antes do tempo. Foram arrancados por mãos apressadas.
Tempo de inverno, com toda a elaboração lenta que isso implica.
Tempo de ser, simplesmente.
De existir no mundo.

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