Thursday, July 17, 2008

A inconcretude do amor.


Prova de um amor.
Amor posto à prova. Questão de olhar.
Dizem os sábios que amar alguém incondicionalmente provém da total inutilidade do ser amado. Amo porque você já não pode ser nada para mim. Amo porque o amor por você resultou inútil. Amo porque você precisa se reconstruir para poder construir algo em mim.
E dessa orfandade de amor, alguém se torna grande. Alguém cresceu em desalento.
Amar a vida. Amar o mundo. Amar as pessoas enquanto órfãos que somos, configura as nuances do existir.
Inexistência de ser humano, para a existência de um preencher, de um preencher-se. De um desfazer. De um desfazer-se.
Desmedido. Desprevenido.
Recostado ao vento.
Vento que assobia alto.
Que lampeja rumores de vida quieta.
Tempo que anuncia horizontes.
Que rompe ilusões.
Que faz amor com a brisa intocável.

Viver e suas estatuetas de vitórias e frustrações numa mesma vergastada. Vida que desnuda travessões, que pune mentiras, que desvirgina solidões.
Solidões travestidas de amor. Amores fantasiados de solidões.
Tempestades que nos levam. Que nos trazem de volta, em tempo vindouro.
enfim,
sobrevivência.

1 comment:

Anonymous said...

Ou toca ou não toca!
Beijos
Dani